19 de março de 2008

Barcelona ferveu durante 96 horas!

Esse foi o tempo que fiquei por lá. E foi suficiente…Barcelona está na região mais rica da Espanha e tem um povo extremamente orgulhoso de suas tradições e que não se considera exatamente espanhol, mas sim, catalão, falando inclusive seu próprio idioma. Lá tudo está escrito nas duas línguas, ou melhor, em três, pois o inglês segue o mundo. À beira do Mediterrâneo, sua maior atração é a própria cidade, de traçado quadriculado com prédios mesclando o art noveau e o contemporâneo, que mais parecem castelos de areia. Com sol o ano inteiro, diversão garantida e uma vida cultural riquíssima, muita gente não resiste aos encantos e acaba ficando de vez. Eu queria muito ter ficado. rsrs O melhor é relaxar e deixar-se levar. Perca-se no Bairro Gótico. Viaje nas formas de Antoni Gaudí. Caia na balada sem remorso. Durma até tarde e acorde querendo repetir o programa. Afinal, o sol só sai as 9 horas e a maioria das atrações só abre depois das dez. Tudo bem, em Barcelona é assim mesmo. Só não seja um turista afobado. Ou você corre o risco de perder o melhor da cidade: seu astral descompromissado. Ah, e não esqueça: Brasileiros são idolatrados aqui, principalmente se você gosta de falar de futebol. Nada de comentar sobre o Ceará ou o Ferroviário. Me poupe! KKKKKKK

O transporte público é excepcional. Os ônibus são pontuais, bastante confortáveis e ainda com ar condicionado. Deve-se comprar o ticket antes de subir e validá-lo na maquininha em seu interior. Quem for ficar quatro ou mais dias vale a pena comprar o bilhete que dá acesso a todos os meios de transporte durante 4 dias seguidos. O preço? €15,20. Não esquecer de validar. Se for pego sem isso leva uma multa astronômica.

Tome a Praça da Catalunya como ponto de referencia para todo o seu passeio. Lá fica o inicio da La Rambla, talvez o calçadão mais conhecido da cidade. Todo alborizado e cheio de cafés, bancas de revista, lojinhas de souvernirs (como miniaturas do jogador Ronaldinho Gaucho) corta toda a parte antiga e se dirige à região portuária, totalmente renovada e cheia de equipamentos culturais bacanas. À leste da La Rambla situa-se o medieval “Barri Gòtic” e à oeste o “Barri Xinês”. Toda esta grande área é conhecida como Ciutat Vella (Cidade Velha). Ao seu norte fica o bairro L’Eixample (mais conhecido como Gayxample - voce saberá porque já já! rsrs), com seus bares, praças e uma amostra do modernismo de Gaudí em prédios residenciais. É nesse bairro que voce deve se hospedar. E ainda tem muito mais. Abaixo o roteiro por cada região.

Começando pelo principal: A rua mais famosa de Barcelona, La Rambla, fica entre a Plaça de Catalunya e o porto, com cerca de 2km. Enfeitada com floreiras, é onde pintores anônimos expõem e vendem seus quadros e artistas de rua ganham seus trocados imitando estátua. Vale a pena seguir por seu calçadão, onde na seqüência está o Mercado de La Boquería que você deve entrar com certeza. Uma travessa é a Plaça Reial, também com vários cafés e bares com música ao vivo. É o ponto de encontro de turistas. No final da La Rambla, fica o Monumento a Colón, uma estátua do descobridor da América.

Na Carrer Nou de la Rambra, numero 35 (uma transversal da Rambla), está o Palau Güell. Foi a primeira grande manifestação artística de Antoni Gaudí, a maior expressão modernista da Espanha, que logo falaremos mais dele. Neste local você compra o ticket “Ruta del Modernisme”, que permite visitar as outras atrações de Gaudí na cidade. O ticket custa €18.

O Barri Gòtic é o bairro mais antigo, a leste de La Rambla, com ruas estreitas e muitas só de pedestres, com lojas, bares e sorveterias. É onde está a Catedral. É bem legal caminhar por lá. De tão estreitas é difícil elas pegarem sol no período da tarde deixando o passeio super agradável.

No final da La Rambla está a região do porto. Que é onde começa um longo percurso para conhecer a parte moderna da cidade que fica na região à beira do mar Mediterraneo, onde está o Moll d’Espanya, um centro comercial no meio do porto velho. Visite o L´Aquàrium, um dos maiores aquarios da Europa. É lindo lá dentro. A oeste do porto é onde as praias começam. Continue a caminhada baseando-se pelas imensas torres gêmeas que você vai avistar de longe. Lá se encontram a Vila Olímpica e Port Olímpic (herança dos Jogos de 1992), uma grande marina com muitos bares e restaurantes.

Voltando para o porto, suba o Montjuic no final da tarde e emende com a noite. O local é uma imensa área verde onde foi escolhida para sediar o parque das Olimpíadas de 1992. Para chegar, pegue o ônibus 61 na Plaça d’Espanya (€2,50) e depois é só subir o teleférico (€4,50) até o topo. Você pode também pegar o teleférico desde o porto velho até o Morro Montjuïc (€6). Esse passeio é mais emocionante. Quase a mesma sensação de subir o bondinho carioca. Para voltar, a opção é o funicular, que funciona das 11h-22h, e sai por €1,50. Se tiver o passe diário não precisa pagar esse ultimo. No alto do morro, está o Castell de Montjuïc que oferece uma linda vista de Barcelona. É um museu militar, com armas e espadas. Ao lado do estádio Olímpico está uma imensa área publica onde funciona como ponto de encontro para os shows que acontecem no pavilhão. Enormes luminárias verticais e fontes luminosas chamam atenção de quem chega ao local. Você também pode optar por descer o morro pelas dezenas de escadas rolantes que há no local. Na descida você verá placas para o Pueblo Espanol que é uma antiga vila com trabalhos de artesãos em miniatura. A noite é point com bares e discos como a La Terraza.

Ainda no Montjuic há a Fundación Joan Miró que sem duvida é um dos mais significativos museus de arte moderna da Espanha, com mostras temporárias e permanentes. É uma coleção de obras do pintor dentro de suas várias fases, inclusive de outros pintores famosos que Miró ganhou de presente. Vale cada centavo dos €10 do ingresso e como tudo na cidade, só abre as 10 da manhã.

Deixei Antony Gaudi para o final. Se você nunca ouvir falar do “rapaz”, não tem problema. Visitando as suas principais obras você verá o quão grande é este nome. Comece o passeio pela Sagrada Família, o mais importante e conhecido trabalho do artista. Chega-se facilmente de metrô. Não se assuste com a fila de quase uma hora. A construção da Igreja iniciou em 1882 e ainda não acabou. O projeto é absolutamente ambicioso e se finalizado será a maior catedral da Europa. Hoje existem 8 das 18 torres (todas com mais de 100 metros). Quando prontas, simbolizarão os 12 apóstolos, os 4 evangelhos (Mateus, Lucas, Marcos e João) e a mãe de Deus. A 18ª e mais alta (170m) representaria o próprio Jesus. Uma das torres é aberta à visitação, de onde se aprecia a vista interna da catedral e o mar ao horizonte. Se realmente for concluído, sua previsão é para o “breve” 2082. KKKKKKKKK

Depois da Igreja vá direto para o Passeig del Grassia, numero 43. Lá está a Casa Batlló. É um prédio com fachada de mosaicos coloridos assinados por Gaudí, quando o edifício já estava acabado. Eu não entrei, mas dizem que é legal. Eu preferi deixar para entrar em outra mais famosa: a Casa Millá, próximo capitulo!

La Pedrera, ou Casa Millá como é mais conhecida, fica na mesma rua só que no numero 92. Na entrada da esquina, no térreo, funciona uma galeria de exposições temporárias, entrada gratuita, mas a grande atração é ao longo do prédio. No tour você vê o interior de um apartamento decorado no estilo das primeiras décadas do século 20, quando o art-noveau começava a dar espaço ao moderno. No andar de cima, um museu documenta toda a sua obra por meio de desenhos, projetos, fotos, maquetes e audiovisuais. A visita termina no topo, no labiríntico e viajante terraço com vista da cidade. Linnnnnnnndo. Pipoquem as suas maquinas com bastante foto. Eu tirei umas 150 só aqui em cima. rsrs

Vá direto para o Parc Güell. A maioria dos turistas pega um taxi e entra pela porta principal. Faça diferente. Pegue o metro até a Estação Lesseps e siga as placas. São de 15 minutos de caminhada, sempre seguindo as indicações ao longo da Travessera de Dalt. Você irá subir várias escadas rolantes que ficam ao ar livre e entrar pela parte de cima do parque. Siga a trilha e desça calmamente apreciando os rasgos na mata fechada. De repente você verá a cidade ao fundo. É espetaculaaaaaaar! O parque, um dos cartões-postais, é uma das obras-primas de Gaudí, com suas formas, colunas e esculturas pouco ortodoxas. Ali também fica a Casa-Museu Gaudí, onde o arquiteto viveu de 1906 a 1926, exibindo algum de seus móveis e pertences. Vá em todos os espaços do parque pois há sempre surpresas. E não saia de lá sem tirar uma foto na Salamandra esculpida com mosaicos coloridas.

Visto a parte obrigatória vamos para outra parte, também obrigatória! KKKK A vida cult e gay! A dica que eu dei de hospedagem não foi a toa. O bairro do Eixample, além de ser o berço do modernismo onde se respira Gaudi é também o bairro “delas”. Especialmente entre as ruas Comte d’Urgell e a Rambla Catalunya, Gran Via e Provença, o bairro distingue-se por seu vibrante ambiente gay. Os fofos que circulam por lá chamam o bairro de Gayxample. Lojas de moda, bares, restaurantes, cafés, clubes, discotecas, cabeleireiros e saunas chiquééééérrimas formam uma variada oferta colorida nesse bairro super charmoso, descolado e cool.

Para começar a noite, vá jantar em qualquer um dos restaurantes do bairro. Se quiser comida mediterrânea vá ao Restaurante Tapelia. Comida chinesa vá no Out China. Para tomar aquele coquetel e provar as tapas escolha o Sazzerak. E se tiver com o amor vá ao Eterna que é super romantico. Ao sair é hora de se jogar. Os barzinhos ficam um do lado do outro e é super comum entrar e sair em vários. O estilo dos lugares é uma coisa que gira entre o fashion e o descoladéssimo. Então fofíssimo, capriche no visual. Como em todo lugar tem as bichas que adoram fazer um carão, mas a dica é sorrir. Eles são amáveis, principalmente se você falar que é brasileiro. Eles adoram! Ah, e uma dica importante. Fique perambulando pelos bares até tarde. As boates mais badaladas só abrem depois da uma hora.

Para dançar aos sábado vá à imperdivel Salvation (Ronda Sant Pere, 19-21), a melhor boate da cidade. Não chegue antes das duas da manhã, porque é arriscado voce entrar e não ter ninguem ainda. Lá voce vai encontrar os gogo-boys mais lindos da sua vida e muitos chicos com corpos a vista mais lindos ainda. Este super espaço fever até altas horas da manhã. No domingo tem a matine chamada de La Madame, mas para variar você pode optar em ir ao Space que é uma boate hétero mas que aos domingos tem o seu “gay day” e é bombadissimo. Para finalizar bem a sua noite ou o seu dia (porque voce vai sair com o sol claro já!) vá ao Souvenir, o after-hours mais insano e famoso da cidade. Eu fui e adorei. Ah, o endereço: Carrer Noi del Sucre, 75, Viladecans.

E compras Fasano? Se voce ainda tiver pique (e grana!) querido, eu tenho dicas ooooootimas. Ainda no Gayxample tem otimas opções por preços não tão ótimos assim, maaaaaas… Como tudo lá, as lojas são super descoladas e moderninhas. Tem de Dolce e Gabbana, Givenchi, Diesel até as menos caras como Custo Barcelona e alguns novos estilistas espanhóis. É só andar pelo bairro que você vai encontrar o que procura. Ah, e não deixe de dar uma passada na loja Ritual. Se você gosta mesmo é do carão, a Prada, Armani ou Versace estão todas no Passeig de Grácia. Loosho! Para uma linha mais souvenir passa na loja do time de futebol Barcelona. Nas bancas de revistas você encontra uma infinidade de presentinhos. No Mercado de La Boqueria vende-se de tudo: jamón (o presunto espanhol), frutas, carnes, peixes, frutos secos e até doces feitos de insetos. KKKKK Juro! - Rambla, s/nº, 934-121-315. 7h/20h (seg. a sáb.). Outra loja onde encontra-se delicias para viagem é a Oriol Balaguer, com doces e chocolates com sabores, formas e texturas surpreendentes. Mais parece uma joalheria. - Plaça Sant Gregori Taumaturg, 2.

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E é isso! rs Quem tiver alguma duvida, pergunta ou sugestão, o setor de comentários do blog está a sua espera. Adoooooro!

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